Com o intuito de promover ações no âmbito da contribuição social, o Prof. Roberto Pereira, do Departamento de Informática, coordena o Projeto de Extensão “Computando o Meu Contexto” que tem como objetivo promover o desenvolvimento do Pensamento Computacional em públicos de contextos desafiadores. Pensamento Computacional pode ser brevemente entendido como a habilidade de resolver problemas, desenhar sistemas e entender o comportamento humano com base em conceitos da ciência da computação.
As ações do projeto têm sido conduzidas com o apoio de alunos da Graduação e Pós-Graduação do Departamento de Informática, produzindo resultados em diferentes contextos. Atualmente, o mestrando Ermelindo Schultz coordena uma linha que atua em Centros da Juventude do Município de Pinhais e em Centros de Referência de Assistência Social, e a mestranda Júlia Bathke Ortiz coordena a linha que atua na Educação de Jovens e Adultos (EJA), contando com o apoio da doutoranda Carolina Moreira e do mestrando Deógenes Júnior.
Em 2018, a linha de atuação na EJA efetivou-se através de uma série de workshops com professoras, alunas e alunos em uma parceria estabelecida com a Escola Municipal Rachel Mader Gonçalves, localizada no bairro Uberaba de Curitiba.
Inicialmente, foram propostos quatro workshops com o intuito de “quebrar a barreira” para o uso da tecnologia, de modo a engajar os alunos e alunas, promovendo a sua familiaridade com questões da vida cotidiana mediada pelas tecnologias de informação e comunicação. Com atividades construtivas e conduzidas de modo a fazer sentido para os participantes, cada workshop foi planejado e conduzido de forma auto-contida, permitindo a participação pontual, e ao mesmo tempo articulada, de modo que os resultados de um workshop apoiavam o planejamento e condução do workshop seguinte.
Informados por uma abordagem socialmente consciente, os workshops visaram promover a inclusão e autonomia dos alunos e alunas da EJA com atividades que fizessem sentido para sua realidade. Assim, a familiaridade com diferentes tecnologias foi promovida em atividades para tirar fotos com celulares (selfies), participar de videochamadas, procurar videos na Internet, utilizar a urna eletrônica, entre outros. Habilidades de pensamento algorítimico, abstração e reconhecimento de padrões, foram trabalhadas nessas atividades com o intuito de promover o desenvolvimento de uma cultura digital com as pessoas participantes.
“Foram práticas desenvolvidas para quebrar a barreira da rejeição ao aparelho celular e também ao computador. Por esta questão, foi preciso fazer atividades que engajassem os participantes por serem práticas do dia-a-dia e que fizessem sentido a eles, como tirar uma foto num almoço de família, ou tirar uma selfie. Isso vai promovendo esta quebra de barreira de que a tecnologia não é para mim, eu não posso por a mão para usar”. Explica a mestranda Júlia.
Os resultados dos workshops foram tão positivos que, a pedido das alunas, alunos e professoras, a série foi estendida para oito workshops. Para 2019, um nova temporada está sendo planejada para a continuidade das atividades. O objetivo é que o projeto se estenda até que tenha conseguido promover a inclusão plena dos alunos e alunas no entendimento e uso de tecnologias de informação e comunicação, favorecendo o exercício da cidadania.
Por Marcia Cristina Varella Ehrenfried