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Tese defendida por doutoranda do Departamento de Física é premiada pela Sociedade Brasileira de Física

 

No dia 2 de julho, a Sociedade Brasileira de Física divulgou o resultado dos Prêmios SBF de Tese de Doutorado, que premia entre sete comissões, as melhores teses de doutorado defendidas entre 2016 e 2017. Na Comissão de Física Atômica e Molecular, a tese premiada foi da Alessandra Souza Barbosa, do Grupo de Física Atômica e Molecular do Departamento de Física, orientada pelo professor Márcio Bettega.

 

O Prêmio SBF de Tese de Doutorado é a primeira etapa para o Prêmio José Leite Lopes de Melhor Tese de Doutorado, que seleciona a melhor do período em todas as áreas. E as teses escolhidas devem conter resultados originais que contribuam para o avanço do conhecimento da natureza. Alessandra Souza Barbosa diz que o prêmio é reconhecimento do trabalho e esforço do grupo: “Eu me sinto muito feliz e honrada por esse prêmio! É um reconhecimento não só do meu trabalho, mas também do grupo de física atômica e molecular da UFPR em toda sua história”.

 

A tese “Espalhamento elástico de elétrons e pósitrons por moléculas cíclicas” foi defendida em agosto de 2017. E foi resultado de quatro anos de muito trabalho e pesquisa. Barbosa conta que entre as dificuldades da pesquisa, o resultado não sair como o esperado é uma delas: “Eu diria que fazer um doutorado, em qualquer área, ensina a ter muita resiliência. O resultado sobre o estado ligado no espalhamento pósitron-molécula, levou quase 3 anos para que conseguíssemos entender e fazer a correta interpretação do resultado”. 

 

“Eu me sinto muito grata e honrada por estar concorrendo ao PJLL, e por ter ganhado o prêmio de melhor tese da área de física atômica e molecular”, fala Alessandra. (Foto: arquivo pessoal/divulgação).

 

A tese premiada

 

Estuda a interação elétrons e pósitrons com moléculas, com um enfoque maior em moléculas cíclicas, que estão presente no DNA, por exemplo: “o DNA é formado por unidades chamadas de nucleotídeos, onde cada nucleotídeo contém um grupo fosfato, um açúcar e uma base (timina, adenina, guanina e citosina). Tanto as bases quanto os açúcares, presentes no DNA, apresentam estruturas cíclicas”, explica Barbosa. O estudo de base ajuda a entender a interação elétron ou pósitron com sistemas maiores como o DNA. 

 

Nos quatro anos de pesquisa, foi estudado a interação de pósitrons com as moléculas pirimidina, teórico e experimentalmente a interação de elétrons com clorobenzeno e descrição teórica do espalhamento de pósitrons. Barbosa diz que entre todos os resultados obtidos, o mais relevante foi mostrar a presença de um estado ligado no espalhamento pósitron-molécula:“Nunca antes foi reportado na literatura empregando um método teórico de espalhamento”. 

 

De acordo com Márcio Bettega, orientador e professor do Departamento de Física, a tese obteve resultados importantes e que contribuem para o entendimento: “Estes resultados contribuem para o entendimento de processos de quebra de simples fita e dupla fita no DNA por elétrons de baixas energias e também no entendimento no processo de aniquilação de pósitrons em ambientes moleculares, que têm aplicações em técnicas de diagnóstico de tumores, como tomografia por emissão de pósitrons”.