Os funcionários da Copel (Companhia Paranaense de Energia) puderam experimentar o ambiente virtual de uma subestação de energia elétrica, que futuramente será usado para treinamento de técnicos, nesta quinta-feira (8). Trata-se de apresentação de resultado parcial do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) intitulado “Tecnologia de Realidade Virtual, Interação Tangível, Computação Pervasiva e Modelos de Simulação aplicados ao treinamento de manutenção de Redes de Transmissão em Linha Viva”.
O projeto, pioneiro no Brasil, é realizado desde 2015 em parceria da UFPR com a Copel, os Institutos Lactec e UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná). No total, são 35 participantes, sendo 10 estudantes da UFPR de diferentes cursos de graduação e pós-graduação – Ciência da Computação, Engenharia Elétrica, Expressão Gráfica e Métodos Numéricos em Engenharia.
“O desenvolvimento do ambiente 3D, aliado aos equipamentos adquiridos e a aplicação de técnicas de Inteligência Artificial para validação e avaliação dos treinamentos, são muito importantes para nossas áreas de pesquisa que temos com os alunos”, afirmou o professor Paulo Henrique Siqueira, do Departamento de Expressão Gráfica, coordenador do projeto na UFPR.
Para a realização da pesquisa, o projeto recebeu um total de R$ 5 milhões da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a serem utilizados ao longo de quatro anos. O orçamento foi utilizado para financiar bolsas dos pesquisadores, compra de equipamentos e visitas às subestações da Copel. No evento, foram apresentados os equipamentos de realidade virtual (óculos Rift, HTC Vive) adquiridos no projeto e os ambientes modelados em 3D com o software Unreal, que simulam subestações de energia elétrica da Copel.
“O projeto tem grande relevância na área de segurança, pois será utilizado como treinamento preliminar dos funcionários em tarefas complexas na manutenção de rede elétrica”, disse Siqueira.
Execução do projeto
O projeto, altamente tecnológico, tem uma grande demanda por leituras, pesquisas e discussões entre os pesquisadores. “O projeto envolve discussão sobre serious games (“jogos sérios”) e teorias de aprendizado, escolha das tecnologias e visitas às subestações para conhecer os métodos tradicionais de treinamento. Assim podemos adaptá-los para o ambiente virtual”, pontuou o professor Sérgio Scheer, do Centro de Estudos de Engenharia Civil.
No momento, é possível navegar pelo ambiente virtual e interagir com alguns objetos. Futuramente, serão adicionadas tarefas a serem executadas e o programa será usado no treinamento de técnicos de manutenção de linha viva.
“O modelo de treinamento tradicional é feito com a subestação energizada, o que tem um risco para os técnicos. Já o treinamento com ambiente virtual vai ser mais seguro”, explicou Rafael Terplak Beê, gerente do projeto na Copel. “No Paraná, são 2.500 quilômetros de linhas que precisam de manutenção e as equipes que fazem isso serão beneficiadas.”
Já o professor Klaus de Geus, engenheiro eletricista e colaborador do PPG em Métodos Numéricos em Engenharia, apontou para o estudo científico de aprendizado que existe por trás do projeto. “É preciso aliar o ambiente de realidade virtual com as teorias de aprendizado. Como nós aprendemos? Como a mente humana funciona? Só assim o treinamento será efetivo”, disse.
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Por Giulia El Halabi Lavalle