Professores do Departamento de Estatística se reuniram para criar um plano para ofertar aulas padronizadas durante os ciclos do Período Especial. A ideia foi ofertar de maneira transversal disciplinas de estatística básica para 20 cursos da graduação. Foram gravados vídeos, criadas listas de exercícios, resoluções das listas e provas aleatorizadas, além da padronização da plataforma Moodle e encontros síncronos para os alunos tirarem dúvidas.
Participaram da iniciativa os professores: Bruno Grimaldo Churata, César Augusto Taconelli, Eduardo Vargas Ferreira, Eliane Maria Winter, Fernanda Bührer Rizzato, Fernando de Pol Mayer, José Luiz Padilha da Silva, Luan Demarco Fiorentin, Nivea da Silva Machado, Paulo Justiniano, Silvia Shimakura, Wagner Hugo Bonat e Walmes Marques Zeviani. Destes, 10 tiveram turmas atribuídas de um ou mais cursos.
Segundo o professor do Departamento de Estatística, Walmes Marques Zeviani, o projeto surgiu como um modo de concentrar esforços para ter uma oferta padronizada: “se a gente optasse pelas iniciativas individualizadas, a gente teria um trabalho redundante entre os professores, de dar sempre as mesmas aulas e muitas vezes desuniforme e além disto o número de possível de ofertas seria certamente menor”.
O projeto contou com aulas gravadas, seguindo um layout padrão, com slides seguindo o mesmo template. Os vídeos foram gravados na sala nº 201 de reuniões do Departamento de Estatística, em um estúdio improvisado, batizado de “Estúdio 201”. Zeviani explica que foi necessário investimento financeiro e de tempo para a produção: “a gente usou dinheiro próprio para comprar equipamentos que a gente não tinha, como o pano de Chroma Key (o pano verde para sair transparente atrás do professor), o microfone de lapela de qualidade, o teleprompter, além disso a gente está usando material pessoal, como webcams e notebooks.”
E também, foram necessários investimentos em cursos online de produção e edição de vídeo e preparação: “a gente teve que se aperfeiçoar, se aparelhar em termos de infraestrutura e fazer o treinamento interno para que as coisas saíssem satisfatoriamente padronizadas”, comenta Zeviani. No total, foram 45 vídeos, mais de 17 horas de conteúdo gravados com exposição teórica e solução de exercícios.
Os vídeos foram hospedados no canal do YouTube e no portal Cursos Abertos, com a intenção de deixar com caráter ainda mais institucional os vídeos.
Além disso, foram feitos trabalhos no Moodle, com unidades didáticas divididas para os alunos. Os professores desenvolveram uma interface que possibilita fazer as avaliações de modo aleatorizado, ou seja, os alunos não recebiam a mesma prova. “A gente desenvolveu uma interface para que os professores pudessem fazer naquele ambiente as questões e depois a gente pudesse subir para o Moodle para que a prova encorajasse os alunos a aprenderem mais, a se sentirem mais desafiados do que uma prova igual para todo mundo, que pode acabar levando a posturas não construtivas perante a avaliação ”, fala Zeviani.
Foram cerca de 500 alunos matriculados que tiveram aulas com esse projeto e Zeviani conta que o retorno dos alunos foi muito positivo. Eles tiveram bastante conteúdo e ainda contato com os professores, através de fóruns e as aulas síncronas, não deixando de lado o componente e contato humano durante o ensino remoto. Segundo ele, esse estilo de aula possibilitou o uso de mais recursos que presencialmente não seriam possíveis serem utilizados. Ele pode mostrar aos alunos os recursos de softwares, como planilhas eletrônicas para fazer contas, aplicações web e linguagens de programação: “eu podia mostrar conteúdo online e recursos web durante a aula e o vídeo fica gravado para o aluno assistir depois”.
Os professores estão com planos de continuar com esse projeto de aulas, com alguns aprimoramentos baseados na experiência inicial.
Além disso, os professores estão à disposição para conversar e prestar orientação a quem tiver interesse. Para visitas ao “Estúdio 201”, é preciso entrar em contato com os professores e agendar.