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Ensino Remoto Emergencial e os desafios: quais são e como contornar

 

O primeiro ciclo das aulas do Ensino Remoto Emergencial, aprovado pela Resolução Nº 59/2020-CEPE, iniciou entre os dias 13 a 24 de julho e levantou um debate sobre as maneiras de organizar as aulas e os modos de interação, que ficaram a critério de cada professor. Aulas síncronas e assíncronas, plataformas de interação, feedback dos alunos são algumas das questões.

 

Os desafios enfrentados são diversos, mas o professor Paulo Justiniano, do Departamento de Estatística, destaca  dois principais: o primeiro é a necessidade de quebrar a ideia da aula remota ser igual a aula presencial: “aula remota exige quantidade de atividades e interações diferentes”, explica.

 

O segundo desafio é o feedback dos alunos. De acordo com Justiniano, a recepção nas aulas remotas são sentidas de modo diferente que nas presenciais, sendo que muitos alunos tendem a não se manifestar, o que pode causar uma impressão errada do comportamento da turma. Assim, é necessário que o docente crie mecanismos para apurar a opinião dos alunos, como enquetes e questionários, para assim conseguir corrigir eventuais ajustes.

 

Como contornar os desafios das aulas remotas

 

Uma das primeiras ideias que o professor precisa compreender é que não existe modo certo de preparar as aulas. O ensino remoto não possui um formato específico. Justiniano conta que o docente tem que levar em conta para quem ele está fazendo o curso e qual é o propósito dele. E, a partir disso, utilizar das boas práticas e outras ferramentas que auxiliam no desenvolver do curso.

 

Para o desenvolvimento das aulas, existem diversas plataformas e materiais que podem complementar o ensino, como gravar vídeos, colocar links de outros materiais da internet, consulta de materiais, entre outros. Além dos sites de colaboração, como o Moodle e os  de aulas online. 

 

 

E também, é necessário  criar canais de informações específicos entre professor e aluno, para que as informações fiquem centralizadas, e impedir que eles sejam alterados: “se você tem um canal de chat para conversas e perguntas durante a aula, aquele canal deve ser usado só para o objetivo específico dele e não para discutir outras coisas que não dizem respeito à aula naquele momento”, comenta. Além disso, o professor também deve ter algum canal de comunicação direta, que não exponha o aluno quando são questões individuais, como o email, por exemplo.

 

O aluno também possui papel fundamental no ensino remoto. É fundamental que exista comprometimento com as aulas e, o que Justiniano chama de ter a busca ativa pelo conhecimento: “não espere para ter contato com o assunto, procure ter contato antes da aula, os professores podem disponibilizar materiais para isso, e ir além dela”, aconselha.

 

É importante levar em conta que o Período Remoto Emergencial é uma ação de emergência, ele não contempla todas as necessidades e que não deve trocar o ensino convencional. Mas é um período que oferece a oportunidade tanto para a Universidade quanto para professores e alunos, experienciar oportunidades, reavaliar e incorporar novas visões: “a Universidade é a casa da inovação, ela não pode se abster de promover oportunidades e promover ações mesmo em situações difíceis. É uma grande chance de voltarmos mais pra frente, muito mais qualificados para continuar fazendo o papel da Universidade na formação de recurso de nível superior para sociedade”, expõe Justiniano.