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Professor do Departamento de Física integra equipe da Polícia Científica do Paraná para projeto de certificação de pistolas

 

O professor Evaldo Ribeiro, do Departamento de Física do Setor de Ciências Exatas, vai integrar uma equipe com a Polícia Científica do Paraná, em parceria com os peritos Emilio Merino de Paz Junior e Flávio Eduardo Martins, para instalar um laboratório de certificação de pistolas. O projeto foi submetido ao edital 3/2020 MJ/SENASP, que solicitava planos de ensaio para segurança pública. A expectativa é começar a executar ainda em 2020. 

 

A proposta surgiu do interesse da Polícia Científica do Paraná, que procurou parceria com o Centro de Ciências Forenses da UFPR. O professor Evaldo Ribeiro explica que com o laboratório pronto, com as estações de teste e o stand de tiro montado, é possível realizar a certificação cumprindo sete itens da norma técnica: “ensaio de verificação de características gerais e metrologia; ensaio de intercambiabilidade; ensaio de endurance; ensaio de precisão; ensaio de força de puxada no gatilho; ensaio de queda; ensaio de obstrução do cano por projétil”, completa. 

 

A certificação de armas é fundamental para a segurança dos policiais e da população. Ribeiro conta que nos anos recentes aconteceram diversos episódios de falhas dos equipamentos, como pistolas que não atiraram quando deveriam, que dispararam acidentalmente; coletes balísticos que não protegeram, entre outros. “A intenção do Edital é que haja um laboratório público que possa realizar esses testes de certificação para auxiliar o processo de compra de armas e proteções pelas autoridades competentes, garantindo um mínimo de performance dos instrumentos adquiridos”, destaca Ribeiro. O processo de certificação de armas é feito por amostragem. A partir do lote do fabricante, no mínimo dez pistolas devem ser selecionadas aleatoriamente e passar pelos sete ensaios. Elas precisam apresentar performance acima de um limite para cada ensaio realizado, para então receber a certificação.

 

O projeto vai ampliar a atuação na área forense em Curitiba e no Paraná. Além disso, reforça a aproximação da academia com a Polícia Científica do Paraná. Ribeiro comenta que a atividade no laboratório vai fortalecer o desenvolvimento de pesquisas na área balística, tornando o estado referência a nível nacional. “Foi uma honra participar da equipe com Peritos que demonstram muito conhecimento na área, é uma chance ímpar de aprender sobre uma área de ciência forense com a qual não tenho muita experiência. Então estou muito animado pela possibilidade de participar da montagem e dos processos de acreditação nas estações experimentais”, proclama Ribeiro.

 

A equipe já tem ideias para um implementar ensaios adicionais, mas esse ainda não é foco. Além disso, a criação do laboratório possibilitou outras ideias. Uma equipe com os peritos submeteu ao edital PROCAD – Ciências Forenses aberto recentemente junto à CAPES, para estudar novos métodos de identificação de resíduos de disparo de armas de fogo. “Posso prever muitos desdobramentos interessantes na área de ciência forense com base na aprovação e instalação desse laboratório de ensaios balísticos”, finaliza Ribeiro.