Exatas UFPR

Novembro Negro na UFPR

No último dia 19 de novembro aconteceu no prédio Exatas 2 o evento “Seminário Negros (as) nas Ciências” como parte de programação do Novembro Negro da UFPR 2025.

O evento, construído coletivamente, contou com uma comissão organizadora composta pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da UFPR, da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (PROAFE), do Projeto Meninas e Mulheres nas Ciências e docentes do Setor de Ciências Exatas Alessandra de Souza Barbosa (DFIS), Camila Silveira da Silva (DQUI), Camila Oliveira (Setor/DFIS), Carla Pompeu (DMAT), Elenilton Godoy (DMAT), Juliete Silva Neves (DQUI).

A mesa de abertura contou com a presença da Profª. Drª Megg Rayara Gomes, pró-reitora da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (PROAFE), da Profª. Drª. Lucimar Rosa Dias, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), Profª. Drª. Claudemira Lopes, vice-coordenadora do NEAB e aqui representando todo o Comitê de Organização do evento, Profª Drª Camilla Oliveira, vice-diretora do Setor e vice-coordenadora do Projeto MMC, e da técnica Msc. Romilda Aparecida da Silva, que atuou como pró-reitora da PROAFE no ano de 2025 e membra do comitê organizador das atividades do Novembro Negro da UFPR. Durante a mesa de abertura, a Profa. Lucimar afirmou que a proposta de um evento ocorrer no Centro Politécnico nasceu a partir de discussões do NEAB de promover atividades em outros campi da UFPR e, em particular no Centro Politécnico.

Ao longo de todo o dia, o evento contou com atividades trazendo o protagonismo para diferentes pessoas da comunidade universitária, com o entendimento de que a ciência só cumpre plenamente sua função social quando incorpora múltiplas vozes, saberes e trajetórias. A mesa com as servidoras terceirizadas foi mediada pela Profª. Drª Carla Pompeu e teve a participação das servidoras Rosimari Aparecida Moreira dos Santos e Ivone Alves de Ramos, que dividiram suas experiências de vida pessoal e profissional na universidade. Foi um momento muito rico e especial. Outra mesa de bastante potência foi protagonizada pelas pessoas discentes: Rebeca Gonçalves Pereira, Diego Albuquerque Correia, Leila de Moraes Rodrigues, Damani Prestes Silva de Souza e Marielli Meireles de Vasconcelos. Mediada pela Profª Drª. Adriana Inês de Paula (DEDFIS UFPR), durante a discussão, as e os discentes contaram como é ser uma pessoa estudante negra na UFPR, em particular nos cursos do Setor de Ciências Exatas. Através de seus relatos, com histórias de violências e resistências considerando as interseccionalidades que os unem – e separam – foi possível um retrato da vivência na UFPR. Uma construção importante que se desenvolveu a partir da mesa de discentes foi a formação um coletivo de estudantes negras e negros nas Exatas para que buscará ser espaço de acolhimento e luta.

A programação ainda teve o 1º encontro de servidores e servidoras negras e negros da UFPR, mediado pela professora Lucimar participaram servidores de diferentes setores. Durante essa atividade, a servidora Romilda apresentou o dado de que somente 180 pessoas
na UFPR se declaram como pessoas pretas, sendo 35 pessoas na carreira docente e 145 pessoas na carreira técnico-administrativa.

A palestra de encerramento foi realizada pela Profª Drª Anita Canavarro Benite, professora titular do Departamento de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG), com a temática “Negros (as) nas ciências”. A palestra contou com a presença de alunas do clube de ciências Sônia Guimarães do Colégio Estadual Paulo Leminski, que vieram especialmente para a palestra e para conhecer a Profª Anita. Elas realizaram atividades com o projeto Meninas e Mulheres (MMC) nas Ciências durante a semana na própria escola e levaram os seus desenhos coloridos da Profa. Anita para serem autografados. As atividades do MMC estiveram expostas durante todo o evento, com desenhos para colorir, quebra cabeças e jogos da memória. Para finalizar o evento, fomos brindados com a apresentação de Nena, com samba e música popular brasileira.

Ao trazermos para o centro do debate a experiência de pesquisadores e pesquisadoras, estudantes e profissionais negros e negras, reafirmamos o compromisso com a promoção de ações afirmativas, com o fortalecimento das políticas de inclusão, com a valorização das epistemologias que emergem das vivências negras no Brasil e com a construção de uma universidade verdadeiramente antirracista.